Capacitação para o CHPI reúne liderança indígena e índios pataxó
Professores e tutores do curso de Aperfeiçoamento em Cultura e História dos Povos Indígenas estiveram reunidos na quinta, 17, e sexta, 18, em encontros de capacitação na Faculdade de Letras que antecederam a aula inaugural do curso, marcada para o sábado, 19. Os encontros contaram com a presença de Ailton Krenak (foto ao lado), um dos principais personagens da luta pelos direitos dos indígenas no Brasil. Outro ponto alto foi a participação de cinco índios pataxó (foto abaixo) que, coincidentemente, estavam nesta semana em Juiz de Fora e foram convidados a participar da capacitação.
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O objetivo do aperfeiçoamento é qualificar professores das redes públicas de ensino na abordagem das culturas e história dos povos indígenas em suas propostas pedagógicas e curriculares, o que preconiza a Lei nº 11.645/08. De acordo com Krenak, a iniciativa veio em boa hora. “Já existe um importante trabalho de difusão da cultura dos povos de matriz africana que vieram para o Brasil. Mas, com relação às populações indígenas, ainda estávamos devendo uma iniciativa como essa. Eu espero que a gente esteja inaugurando uma trilha do conhecimento que nos possibilite o trânsito entre a universidade e as aldeias, e que ele se dê em duas mãos”, expôs Krenak.
Os pataxó desembarcaram em Juiz de Fora no início da semana após receberem o convite de um amigo, Moacir Ferreira, que os abrigou em seu sítio em Torreões. Os índios vieram com recursos próprios e motivados com a possibilidade de difundir a sua cultura e mostrar os seus artesanatos. Após a participação na capacitação, eles foram levados ao restaurante universitário, onde almoçaram e puderem expor os seus produtos, chamando a atenção que quem passava pelo local.
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Entre uma conversa e outra, o índio Txihi explicou que seu nome significa “jovem guerreiro” em patxohã, a “língua dos guerreiros pataxó”. Para ele, a criação de um curso para levar até as salas de aula as culturas dos povos indígenas é motivo de alegria. “Isso é muito bom. Seria ótimo também se pudessem levar os indígenas a todas as escolas”, disse, comentando que nas escolas pataxó, se o índio é reprovado na língua patxohã, ele repete o ano.
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Posteriormente, os índios visitaram o Centro de Educação a Distância (Cead) da UFJF, onde realizaram cantos e danças. Na oportunidade, a índia Dxácy, a mais velha do grupo, contou um pouco da história dos pataxó, relatando, inclusive, a origem do nome da etnia. Segundo ela, um ancião da tribo, ao caminhar pela praia, começou a contemplar o mar e a perceber os barulhos que ele fazia. Era um dia de maré alta e as ondas quebravam com muita intensidade, fazendo barulho semelhante à sílaba PA. Em seguida, a água se espalhava até a areia: TA. Por fim, o som do retorno da água para o mar: XÓ.