Coordenadora da UAB lança livro na VI Semana da FACED/UFJF
Na última semana, entre os dias 20 a 23 de maio, aconteceu a VI Semana da FACED, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Os objetivos do debate se desdobraram a partir do tema Microfascismos no campo educacional e a invenção de resistências. Foram abordadas as práticas de exceção que dizem respeito ao micropolítico, associadas às dimensões da colonialidade, da LGBTQIA+fobia, do racismo, do patriarcado, dentre outras. Tais dimensões são enfrentadas como desafios a uma educação em um contexto democrático, inclusivo e laico, anunciando resistências diante de perspectivas necropolíticas e de precarização da vida que incidem especialmente sobre grupos enquadrados como minorias socioculturais.
A Semana da FACED é um evento que reúne dois outros eventos tradicionais e periodicamente realizados: Semana da Educação e Seminário Anual de Pesquisa em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFJF . O primeiro priorizava trabalhos de estudantes do curso de Pedagogia da FACED/UFJF, com participação de docentes da educação básica e discentes das outras licenciaturas. Nele, palestras, mesas-redondas, minicursos e apresentação de trabalhos promoviam debates sobre a prática escolar, a formação docente, as políticas educacionais, o papel da/o pedagoga/o etc. Já o segundo tinha caráter de divulgação de pesquisas em andamento ou concluídas, possibilitando debate para a própria condução das pesquisas em processo, aberto às intervenções e às incorporações advindas da discussão.
Desde sua primeira edição, a Semana da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (FACED/UFJF) tem como objetivos específicos: possibilitar socialização de experiências de pesquisa, práticas de ensino e de extensão realizadas por estudantes de graduação de diferentes Licenciaturas da UFJF e de outras instituições de ensino superior, por estudantes de pós-graduação de diferentes áreas do conhecimento da docência e por professores/as da educação básica e do ensino superior; intercâmbio científico entre os grupos de pesquisas e estudos, nas relações entre Educação e Sociedade; intercâmbio entre grupos e núcleos de pesquisa da UFJF com grupos e núcleos de outras instituições; aproximação entre trabalhos de pesquisa, de extensão e de ensino, bem como a aproximação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação a outros programas de Pós-graduação do Brasil; diálogo entre os programas de docência como Treinamento Profissional, Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência e Programa de Educação Tutorial.
Coordenadora da UAB lança livro na VI Semana da FACED
A coordenadora da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Eliane Borges, participou do terceiro dia do evento, dia 22 de maio. Vivendo e trabalhando como membro acadêmico na Universidade Federal de Juiz de Fora, Eliane Borges também é professora da Faculdade de educação, trabalha com educação, mídias, tecnologias, no Centro de Educação a Distancia da UFJF e, como escritora, lançou na VI Semana da FACED o livro “Na Fresta entre os Mundos”. O romance é uma ficção antropológica, que acontece na Califórnia nos anos 1980, em uma reserva indígena. A protagonista, estudante de doutorado, em contato com os indígenas para pesquisa, passa a ter uma série de vivências e reflexões sobre sabedorias ancestrais. O tema é inspirado na obra de Carlos Castanheda, autor e antropólogo latino-americano, que percorreu esse mesmo caminho, deixando, inclusive, a antropologia para se tornar xamã.
Segundo Eliane Borges, quando recebeu o convite de participar da VI Semana da FACED , a primeira pergunta que ela fez foi se poderia apresentar um livro de ficção. “Chamo atenção para refletimos o quanto de realidade a gente pode ter na ficção, num trabalho literário e o quanto de ficção a gente pode ter num trabalho científico, numa tese. Depois de uma carreira relativamente longa na Universidade eu resolvi quebrar um pouco meu modo de operação e escrever um livro de ficção”, comenta.
“No processo de escrita, tive que vasculhar meus papéis, resenhas e anotações antigas sobre antropologia. Nesse momento, além de escrever um memorial, decidi juntar todas aqueles textos e me testar na capacidade de criar uma história. Eu juntei os temas que trabalhava na época, sobre fotografia, cinema e antropologia, busquei algo da minha memória, daquela jovem que fazia mestrado e gostava muito de ler Carlos Castanheda. Ele era uma pessoa que buscava sempre muito conhecimento e teve contato com povos indígenas. Eu me apropriei de algumas ideias e escritas dele, juntei tudo num caldeirão e escrevi uma história. A Luiza, a personagem central, faz um doutorado, estuda fotografia e faz estudos fotográficos sobre uma tribo indígena na Califórnia, numa época pré-digital. Essa personagem vive um período de trabalho de campo e nesse trabalho com seus colegas, há um pequeno romance e acontecem histórias ficcionais”, relata Eliane Borges.
“O livro possui referências cult. A ideia é uma retomada desse espírito, desse resgate da terra, resgate da vivência com a natureza, resgate com si mesmo e respeito ao outro, e aprender a lidar com as dores, com o passado e entender porque aquilo aconteceu e que você tem que ir além. Tem uma mensagem muito positiva”, conclui .