Na semana do meio ambiente, a entrevista do Cead é com a professora da UFJF, Adriana Miranda, mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente e doutora em Engenharia Florestal. Ela explica a direta relação entre a gestão ambiental, que visa práticas ambientais e a promoção da semana do meio ambiente, que representa a conscientização ambiental.

Segundo Adriana, o seu objetivo é complementar a celebração ao Dia do Meio Ambiente em prol de incluir a sociedade na discussão de pautas que tratem da preservação do patrimônio natural do mundo. “O Brasil busca conscientizar e mobilizar, por meio de medidas emergenciais, a prevenção da degradação ambiental para garantir a qualidade de vida às gerações presentes e futuras”, revela.

Adriana comenta também a importância de compreender a composição da palavra gestão com o aditivo ambiental e como aprofundar nesta expressão para perceber o real significado de gestão ambiental.

A palavra gestão visa gerir por meio do planejamento, controle e ações corretivas, funções necessárias ao desempenho das organizações, contendo, a princípio, o conhecimento do seu contexto interno como: pessoas, processos, desenvolvimento tecnológico e a busca da inovação em alinhamento comum. “Ademais, existe o contexto externo ainda, considerando as dimensões econômicas, culturais, sociais, espaciais e, especialmente, as ambientais como interfaces do conjunto, a ambiência”.

“Em relação ao ambiente, podemos compreendê-lo como conjunto de condições relacionadas ao clima, solo, água e os organismos em que se envolvem e sustentam os seres vivos, a biosfera. Portanto, a gestão ambiental é o conjunto de medidas dentro da gestão com a finalidade de tornar os processos produtivos ou prestação de serviços de forma sustentável para potencializar os efeitos positivos, como preservação ambiental e impedimento dos impactos negativos ao meio ambiente”, expõe.

Por meio da implantação de um sistema de gestão ambiental para as organizações, obtém-se o controle dos seus processos e uma relação sustentável com os recursos ambientais e, consequentemente, com o mundo.

De acordo com a professora, não é tarefa fácil tornar a gestão ambiental uma cultura, mas, a conscientização ambiental, sem dúvida, é o primeiro passo que vem assumindo espaço no cotidiano das pessoas, nos procedimentos das organizações e no trabalho incansável dos ambientalistas, somados à força crescente no terceiro setor pelo planeta. “O outro passo importante tem sido a divulgação das conferências ambientais em que são reunidos líderes de diversos países para debaterem questões relacionadas à preservação do meio ambiente e o caminho para o desenvolvimento sustentável”, revela.

Além disso, o Plano Nacional de Ensino tem ampliado a mobilização de educadores ambientais em todos os níveis de ensino. O conjunto de fatores expostos acelera a tendência da implantação da gestão ambiental nas organizações e no comportamento das pessoas.

“É uma reeducação para todos, com auxílio das ferramentas tecnológicas, da mídia, pesquisas publicadas, informações locais em associações, sindicatos e cooperativas, do trabalho intensivo em sala de aula, da necessidade dos gestores em cumprir a legislação ambiental vigente, da necessidade em criar uma boa imagem institucional e tornar as organizações mais competitivas por meio de práticas ambientais”.

As organizações devem realizar mudanças comportamentais, definir os indicadores de desempenho e de sustentabilidade, comunicar as iniciativas e resultados. “Precisamos dar bons exemplos em casa e no trabalho. O exercício deve ser sempre diário”, finaliza.